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Terra Indígena contesta morte de bebê indígena: SES-MT informa

Atualizada dia 27 maio 2020

 

CUIABÁ – A Secretaria Estadual da Saúde enviou resposta ao questionamento da Interativa em relação à morte de um bebê indígena na Terra Indígena Marãiwatsédé.

A nação xavante contestou a morte da criança diagnosticada como coronavírus. Ouça a resposta da SES: Informamos que a área técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) recebe as notificações de óbito por Covid-19 dos próprios municípios mato-grossenses.

Neste sentido, orientamos que mantenha contato com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da região e com a Vigilância Epidemiológica daquele município, para obter mais informação a respeito.

Os serviços de saúde em terras indígenas, por lei (Lei Sérgio Arouca: 9.836/99), são de competência da União, realizadas pelos DSEIs, que estão ligados administrativamente à Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde.

No entanto, a Secretaria de Estado monitora os casos notificados pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Ascom SES-MT)

 

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bebe indiginaTerra Indígena Marãiwatsédé, 24 de maio de 2020.

Nós da comunidade xavante da Terra Indígena Marãiwatsédé vimos por meio desta carta informar a todos os nossos vizinhos, nossos parentes, nossos parceiros e a sociedade de modo geral sobre a morte de uma criança de nossa comunidade recentemente no Hospital Regional de Água Boa.

A criança nasceu prematura, com seis meses de gestação. No dia 10 de maio ela foi retirada da aldeia pela equipe de saúde com desnutrição e desidratação e levada para ser atendida por uma médica na cidade de Bom Jesus do Araguaia. Não temos médico em nosso Polo Base já faz quase um ano. Como não pode ser atendida em Bom Jesus, ela foi levada até o Hospital Regional de Água Boa. Lá a criança foi entubada sem que a informação fosse passada para os pais e no dia 11 de maio ela faleceu. Nesse mesmo dia o corpo da criança foi levado de volta para a aldeia Marãiwatsédé, onde chegou umas 4 horas da tarde, e deixado na casa da família, que abriu o caixão para o velório tradicional. A família viu que estava saindo sangue da boca da criança. Por isso achamos que a criança morreu de doença mesmo.

No dia 21 de maio saiu uma matéria no jornal da manhã dizendo que essa criança tinha morrido de COVID-19. Não acreditamos nisso porque o DSEI não avisou para nós antes e porque não tem mais ninguém doente na aldeia Marãiwatsédé. O velório foi feito com caixão aberto, toda a família participou, e não tem ninguém da família doente. Portanto não acreditamos que foi de COVID-19. (Assessoria TI)

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