Entre a Arena e o Batente: o Dilema dos Laçadores de Team Roping
Competidores enfrentam desafio diário entre sustentar a paixão pelo laço em dupla e arcar com os custos de um esporte exigente.
No universo do Team Roping — também conhecido como laço em dupla — atletas vivem um dilema constante: trabalhar durante a semana para garantir recursos financeiros ou se dedicar integralmente aos treinos, mesmo sem a certeza de competir nos fins de semana.
Originado nos ranchos americanos como uma técnica necessária para conter bois adultos, o Team Roping evoluiu para uma modalidade esportiva profissional que exige alto nível técnico, entrosamento entre dupla e, principalmente, investimento.
Trata-se de um esporte caro. Os competidores precisam de cavalos de qualidade, estrutura adequada para treinos, cuidados veterinários e recursos para deslocamento entre cidades. Com isso, muitos laçadores dividem sua rotina entre o batente e o rodeio.
“Tem gente que trabalha a semana inteira pra poder competir no sábado e domingo. Já outros preferem treinar todos os dias, mas aí falta dinheiro pra inscrição, transporte, estadia”, explica um dos competidores.
Além da habilidade dos atletas, o desempenho na arena também depende dos cavalos. Para os laçadores, o animal ideal “gosta de boi” — ou seja, tem disposição natural para encarar o desafio — e é moldado ao longo do tempo. “O cavalo é uma folha em branco. Quem forma ele é o laçador, com treino, paciência e rotina”, completa o competidor.
A modalidade utiliza cordas de comprimento específico: 31 pés (cerca de 9 metros) para quem laça a cabeça do boi, e 35 pés (mais de 10 metros) para o laçador que atua nos pés.
Na prateleira de conquistas, a fivela de campeão é um dos prêmios mais desejados — muitas vezes mais valorizada do que o dinheiro. “O dinheiro acaba, mas a fivela a gente ostenta com orgulho. Pra mim, o prêmio é consequência. Só quero subir no pódio, apertar a mão da comissão e depois tomar uma cerveja”, resume, entre risos, um dos laçadores. (Escrito por Arnaldo 'Chico' Lamb)