Segurança Pública foi discutida, de novo
ÁGUA BOA – Aconteceu esta manhã na prefeitura, ampla reunião com todas as autoridades municipais da esfera estadual. Em pauta, a questão da segurança pública mediante a onda de assaltos nas últimas semanas. Presentes, os juízes Pedro Davi Benetti e Ramon Fagundes Botelho, a promotora Lais Liane Resende, a delegada de polícia Luciana Canaverde, o coronel Tadeu Firme, o tenente coronel Wanderson Silva Sá, Dr. Ricardo Zancanaro representando a OAB, representantes de entidades como Sindicato rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ACEAB e CDL, maçonaria, Associação Cristã, engenheiros agrônomos, Câmara de Vereadores e outras entidades e instituições. A convocação partiu do prefeito mauro Rosa da Silva, depois que a sociedade começou a fazer cobranças pedindo mais segurança pública. A Defensoria Pública não enviou representante.
ÁGUA BOA – O juiz Ramon Fagundes Botelho comentou que o governo do Estado não está fazendo sua parte no cumprimento da Lei de Execuções Penais, em vários aspectos. O magistrado afirmou que cabe à sociedade organizada, fazer pressão junto ao governo e junto aos deputados para que resolvam esses problemas. O juiz classificou de piada a execução da lei penal, pois o sistema não ressocializa como deveria. Sugeriu que o povo e as autoridades pressionem o governo a fazer sua parte na área da segurança pública.
Já o Coronel Tadeu Firme, comandante regional da PM, sugeriu que a sociedade organize o Conselho de Segurança e o Gabinete de Gestão Integrada. Para ele, esses órgãos ajudarão a solucionar muitos problemas da área da segurança pública. Hoje, a PM espera a formação de 31 novos policias militares que reforçarão os quadros na região.
ÁGUA BOA – O juiz da vara criminal, Pedro Davi Benetti, esclareceu que a Penitenciária Regional Major Zuzi está interditada parcialmente por vários problemas, como baixo efetivo de agentes penitenciários e problemas de infraestrutura naquela unidade. A Penitenciária, segundo o magistrado, tem capacidade para cerca de 800 presos, mas por falhas, só pode abrigar até 500 detentos. O juiz afirmou que a sociedade deve se organizar e pressionar o governo do Estado a promover políticas eficazes na questão da segurança pública. Pedro Benetti também negou que haja prende-solta por parte da polícia e do poder judiciário. O juiz disse que o juiz libera a pessoa se ela se enquadra dentro dos requisitos da lei. Quem faz as leis são os deputados federais e senadores. O magistrado reconheceu que o estado é omisso no cumprimento da Lei de Execuções Penais. Falta a Colônia Penal Agrícola ou Industrial e até o albergue para a progressão de regime. Segundo ele, nem a questão da tornozeleira tem sido eficaz, pois falta até esse equipamento eletrônico.
O empresário Vinicius Baldo por sua vez, afirmou que a legislação de hoje não intimida bandidos, muito menos as ações policiais. Baldo falou que somente a sociedade de bem é intimidada pela marginália. Gerson Garbuio afirmou que a população de bem perdeu a paz e a tranquilidade nos últimos tempos. Também foi citado no encontro que os reeducandos de outas comarcas são abandonados pelo estado em nossa cidade. Sendo assim, a sociedade local tem que arcar com despesas para deslocar essas pessoas de volta às suas cidades de origem.
A delegada de polícia afirmou que conta com apenas 11 investigadores quando deveria ter 26 policiais civis. Dra. Luciana Canaverde disse que quando pede reforço, recebe a informação de que Agua Boa já é privilegiada com pessoal. Afirmou que 50% dos crimes são cometidos por pessoas que vieram de outras cidades par cá, atrás do melhor estilo de vida proporcionado pela cidade.
A delegada disse que também aumentou o número de armas circulantes entre a bandidagem, sem falar nos menores delinquentes. A delegada pediu que a população denuncie os crimes aos telefones 190 e 197. Até há poucos anos, a delegada disse que todos os crimes graves eram solucionados em nossa cidade. Mas disse que hoje, a polícia civil só conta com duas viaturas, e que falta pressão política por parte da cidade junto ao governo do estado para melhorar a situação.