Posseiros e fazendeiros perdem nova ação na justiça
BRASÍLIA – O Tribunal Regional Federal indeferiu pedido de suspeição da perita Inês Rosa Bueno, antropóloga da Funai, e embargo de declaração interpostos pela Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú (Aprosum), de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia. A decisão representa derrota para os produtores e índios xavantes que desde sábado (23) bloqueiam as rodovias BR-158 e MT-322 (antiga BR-080) em protesto contra deslocamento da reserva de Maraiwatsede para a região de floresta, abrangendo terras remanescentes da antiga fazenda Suiá Missú. Os produtores haviam interposto pedido de suspeição da perita porque foi ela quem produziu laudo antropológico que baseou a demarcação de Maraiwatsede. O laudo é criticado por não ter apresentado, segundo os fazendeiros, evidências de que a população xavante na região do Araguaia algum dia ocupou a área em questão. Já o embargo de declaração diz respeito à última decisão monocrática da Justiça federal, proferida pelo desembargador Souza Prudente, que obrigou a Funai a elaborar em 20 dias plano de desintrusão da área em litígio para promover o retorno dos xavantes. O presidente da Associação dos Produtores Rurais da Área Suia-Missú (Aprosum), Renato Teodoro, que está em Brasília e acompanhou o julgamento no TRF 1, acusa a Funai de fraudar o mapa cartográfico da propriedade e ‘deslocar’ área indígena para as terras remanescentes da Fazenda Suia-Missú. Doravante,. ninguém sabe o rumo que tomará o bloqueio das rodovias federais e estaduais promovida pelos posseiros, fazendeiros e alguns indígenas, em Alto Boa Vista, Norte Araguaia. Desde domingo, as BR's 080, 158, e MT-433 estão bloqueadas como forma de pressionar o governo e a justiça.