Operação Falso Delta, da PJC em parceria com a PC-RS, desarticula golpe digital com uso de falsa identidade de delegado

RIBEIRÃO CASCALHEIRA - A Polícia Judiciária Civil (PJC-MT) de Ribeirão Cascalheira (MT), em ação conjunta com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, deflagrou nesta quarta-feira (29) a Operação Falso Delta, com o objetivo de desmontar um esquema de estelionato digital que usava a falsa identidade de um delegado para extorquir vítimas. A investigação teve início após o registro de ocorrência feito por uma moradora de Ribeirão Cascalheira, que foi alvo direto do golpe.

Segundo relato da vítima, o golpe começou com o envio de uma imagem íntima por uma suposta adolescente. Em seguida, os golpistas alegaram que ela teria cometido um crime e, se passando por um delegado da Polícia Civil do RS, afirmaram que a prisão só poderia ser evitada mediante o pagamento de R$ 30 mil. A vítima, temendo represálias, realizou a transferência do valor exigido.

Não satisfeitos, os criminosos voltaram a contatá-la exigindo mais R$ 200 mil, quantia posteriormente reduzida para R$ 40 mil. Diante da insistência e da crescente desconfiança, a vítima procurou imediatamente a Polícia Civil de Ribeirão Cascalheira, que iniciou a investigação.

A partir das apurações, a PJC-MT articulou uma operação em conjunto com a Delegacia de Polícia de Nonoai (RS). Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva no município gaúcho, que resultaram na prisão de um suspeito e na apreensão de celulares, documentos e dispositivos eletrônicos utilizados no crime.

A investigação também incluiu medidas judiciais para bloqueio de contas bancárias, rastreamento de dados financeiros e identificação de titulares de linhas telefônicas utilizadas no golpe.

O modus operandi do grupo envolvia a criação de perfis falsos em redes sociais, envio de conteúdo íntimo e posterior simulação de uma investigação policial com uso de documentos forjados e linguagem técnica, a fim de dar legitimidade à ameaça e facilitar a extorsão.

As investigações seguem para identificar possíveis cúmplices e confirmar se o esquema é parte de uma organização criminosa com atuação interestadual.