Posseiros interditam BR-158 contra despejo de área indígena
ALTO BOA VISTA - A BR-158 está interditada desde às 7 horas desta quarta-feira, 5, em protesto de posseiros que desejam permanecer na Terra Indígena Marãiwatsédé, região do Vale do Araguaia. O bloqueio da rodovia acontece em diversos pontos da estrada. Informações procedentes da região, no entanto, indicam que a população que habita o distrito conhecido como Posto da Mata está se unindo contra a operação que está sendo preparada por forças federais para realização do despejo.
O bloqueio de BR é um dos últimos movimentos dos posseiros para permanecer na terra, numa disputa pela posse que se arrasta há mais de 20 anos. O protesto na BR-158 está sendo realizado no distrito e também na MT-242 que liga Posto da Mata à São Felix do Araguaia, saída de Vila Rica, Querência. A ponte que liga Barra dos Garças à Aragarças também será interditada. Nesta quinta-feira, 6, termina o prazo estabelecido pela Justiça para que os ocupantes da área deixem de forma espontânea a área, de forma a permitir que seja feita a reintegração de posse aos índios Xavantes. Mas há resistência. O movimento em prol dos produtores tem o apoio da Federação da Agricultura de Mato Grosso e também dos Sindicatos Rurais das cidades do Norte Araguaia.
Uma grande manifestação por parte dos produtores e de toda a região do Norte Araguaia que deve se unir mais uma vez no Posto da Mata, nesta quinta-feira., 6. O produtor Paulo Vieira falou sobre o assunto: “Nós conclamamos todo o Araguaia, todo o Mato Grosso para a nossa causa, não é um problema isolado, é uma situação que traz uma grande problemática para o estado. Precisamos estar unidos, é a única forma que temos de protestar”, conclamou o produtor.
O advogado da Associação dos Produtores da Suiá Missu, Luiz Alfredo Feresin de Abreu, disse que todas as medidas judiciais para tentar impedir a desintrusão foram feitas, porém até agora sem resposta. Luiz Alfrendo alertou os produtores sobre a importância de cumprir a determinação judicial. “Vivemos um período democrático aonde a independência dos poderes é respeitada. A desobediência civil trás consequências de ordem penal aos infratores e risco de lesão corporal e morte” - disse em carta.