Operação da PJC com DEMA, POLITEC e SEMA flagra crime ambiental e prende gerente de fazenda em Bom Jesus do Araguaia
BOM JESUS DO ARAGUAIA - A Polícia Judiciária Civil (PJC) de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA), realizou na terça-feira (17) uma operação que resultou na prisão do gerente de uma fazenda localizada no município de Bom Jesus do Araguaia. O suspeito foi autuado por armazenamento e descarte irregular de agrotóxicos, configurando crime ambiental de grave repercussão.
A ação contou com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e da Delegacia de Polícia de Ribeirão Cascalheira (Depol Cascalheira). A operação foi desencadeada após denúncia recebida pela DEMA, apontando o descarte ilegal de embalagens de defensivos agrícolas na Fazenda Guapeva.
Durante a fiscalização, os agentes se depararam com centenas de embalagens plásticas de agrotóxicos descartadas a céu aberto, expostas ao sol, à chuva e ao vento, sem qualquer tipo de proteção, além de estarem próximas a uma fonte de água corrente, o que eleva de forma crítica o risco de contaminação do solo, do lençol freático e dos cursos d'água.
O laudo preliminar elaborado pela POLITEC apontou que muitas dessas embalagens ainda continham resíduos de produtos classificados como Classe I – faixa vermelha – extremamente tóxicos, oferecendo risco direto à saúde humana, à fauna, à flora e ao meio ambiente.
Além disso, foi encontrado um depósito na propriedade com grande quantidade de agrotóxicos vencidos desde os anos de 2022, 2023 e 2024. Mesmo após a emissão de um termo de apreensão pelo INDEA em maio deste ano, os produtos vencidos continuavam armazenados de forma irregular, configurando crime ambiental continuado.
O responsável pela fazenda, identificado como P. H. V. C., foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia da PJC em Ribeirão Cascalheira. Ele responderá pelos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), especialmente pelos artigos que tratam da poluição e do manejo incorreto de substâncias perigosas, além de infrações administrativas que serão apuradas pela SEMA.
A Polícia Judiciária Civil reforça que o correto armazenamento de embalagens de defensivos agrícolas deve obedecer rigorosamente o que determina o Decreto Federal nº 4.704/2002, que exige acondicionamento em local coberto, ventilado, impermeável, com piso adequado e livre de contato com o solo, além da realização da tríplice lavagem e posterior devolução.
As investigações continuam para apurar a responsabilidade dos atuais gestores da fazenda, bem como de possíveis omissões dos antigos proprietários, considerando que a propriedade foi adquirida há aproximadamente 45 dias.