Crianças suspeitas de envenenamento - Atualizada
COCALINHO – Três crianças passaram mal na madrugada/manhã de segunda-feira, dia 22/11, em Cocalinho, suspeitas de envenena-mento. A mãe, Risya Mara rodrigues, 27 anos, saiu de casa por volta de 4hs da manhã, como faz todos os dias, para trabalhar como varredora de rua. Ao retornar por volta das 7hs, ela encontrou o cadeado do portão aberto e as crianças passando mal no interior da pequena residência. Ela imediatamente chamou por socorro e conduziu as crianças ao Hospital da cidade. O menino de 6 anos já deu entrada no Hospital com parada cardiorrespiratória. Os outros dois filhos, Ellen Eyshila da Luz de 9 anos, e Enildo Soares da Luz Filho de 10 anos, receberam os primeiros socorros no Hospital de Cocalinho, e transferidos posteriormente para Goiânia, onde permaneciam em observação médica até o fechamento desta edição, na terça-feira, 23/11.
A mãe das crianças aparentemente envenenadas, Risya Mara Rodrigues, declarou na polícia que estava ministrando um xarope para a tosse das crianças. O vidro de xarope foi encontrado na casa, apreendido pela autoridade policial e anexado ao inquérito policial. Já um outro vidro encontrado na casa, contendo provavelmente veneno identificado como ‘chumbinho’, também foi anexado ao inquérito. O corpo do menino falecido foi encaminhado para a Gerência de Medicina Legal de Água Boa em uma ambulância da prefeitura, ainda na segunda-feira. A necropsia foi efetuada pelo médico legista, Dr. Ailton Borges, e pelo técnico, Leonardo Leite Ribeiro. O corpo da criança foi liberado após a necropsia, e conduzido para sepultamento em Cocalinho.
O médico legista, Dr. Ailton Borges, informou que o menino de 6 anos já chegou ao Hospital de Cocalinho para o primeiro atendimento, com parada cardiorrespiratória. Ao efetuar o exame de necropsia, o médico não encontrou sinais de violência na criança. Foi efetuada a coleta de material do fígado, do estômago, e secreções, enviadas para exame de laboratório (exame toxicológico). No laudo pericial, o médico legista Ailton Borgres colocou que a causa da morte ainda era indeterminada, pois precisam ser analisados os materiais retirados da criança. Já a polícia está investigando o caso como suspeita de envenenamento.
O Delegado de Polícia de Água Boa deu voz de prisão ao casal de namorados, Risya Mara Rodrigues, de 27 anos, e Márcio Leite Teodoro, de 30 anos. Segundo as primeiras informações da polícia civil, o casal está sendo indiciado por homicídio triplamente qualificado, e duas tentativas de homicídio. Segundo o Dr. Antônio Moura Filho, Márcio teria confessado que as crianças atrapalhavam a vida do casal. Ele teria adquirido o ‘chumbinho’ em um estabelecimento comercial de Cocalinho, com R$ 10,00 dados por ela. Segundo o delegado, na madrugada de segunda-feira, Risya e Márcio teriam ministrado o xarope com veneno às crianças. “Em seguida, ela teria ido trabalhar e ao retornar, encontrou as crianças agonizando”. Daí, segundo Moura, ela foi chamar por ajuda. O delegado de polícia disse ainda que via em Risya, uma pessoa de coração duro, pela frieza com que ela tratava do episódio. O delegado informou também que os exames toxicológicos do material coletado levará algumas semanas para ter resposta, mas disse que tem certeza do indiciamento do casal, como sendo os únicos responsáveis no caso. A autoridade afirma que a materialidade do crime existe, pois o veneno foi encontrado junto com o vidro de xarope, e existe a confissão de um dos suspeitos.
Risya negou qualquer envolvimento no caso. Afirmou à nossa reportagem que não tinha planejado o crime, que não ministrou veneno aos pequenos, e que nem seu namorado teria coragem de fazer isso, por ser pessoa humilde e de bem. Afirmou que Márcio só teria ‘confessado’, pois tinha sido pressionado para fazer tais afirmações. Disse ainda que tinha chorado bastante no dia do fato, e que estava sofrendo pela perda do filho mais novo. Declarou que não sabe como o vidro com o ‘chumbinho’ parou em sua casa e nem quem poderia ter entrado no pátio da casa, sendo que só ela tinha a chave do cadeado do portão. Risya ainda negou que tenha dado dinheiro para que o namorado comprasse o veneno. O fato chocou a comunidade de Cocalinho e os familiares das crianças que residem naquela cidade.