Dez “barbeiros” positivos para Chagas foram encontrados em Barra do Garças

Dez “barbeiros” positivos para Chagas foram encontrados em Barra do Garças

Orientação é para não matar o 'Barbeiro' - Saiba detalhes

BARRA DO GARÇAS - De janeiro a outubro de 2024, a Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças recebeu 52 barbeiros, dos quais dez insetos testaram positivo para o protozoário causador da doença de chagas. Os triatomíneos, insetos conhecidos popularmente como barbeiro, são os responsáveis pela transmissão do Trypanosoma cruzi, um microorganismo capaz de causar sérias complicações digestivas e cardíacas, podendo ser fatal se a doença não for tratada devidamente.

Dos barbeiros que testaram positivo, quatro foram encontrados no bairro BNH, dois no Pitaluga e dois no Santo Antônio. No bairro Monte Sinai e no Jardim Araguaia foram encontrados um inseto em cada.

Entre os insetos identificados como barbeiro, nove testaram negativo para chagas e os demais estavam mortos, impossibilitando a realização do exame para detectar o protozoário. Mais ativo à noite, o barbeiro vive em áreas rurais e urbanas, podendo se alojar em telhados, buracos nas paredes das residências, ninhos de aves, galinheiros e galpões.

O protozoário causador da doença é encontrado nas fezes do barbeiro e a contaminação de seres humanos comumente acontece quando o inseto pica a vítima. Ao perfurar a pele da pessoa, o inseto deposita as fezes próximo à picada. A vítima coça a região afetada e o protozoário invade a corrente sanguínea, causando a infecção. Outra forma de transmissão da doença é por meio da ingestão de alimentos contaminados.

Não mate o barbeiro

Segundo o coordenador da Vigilância Municipal de Zoonoses, Luiz Augusto Gomes da Silva, a população deve saber que, ao ver um barbeiro, não é recomendado matá-lo. “O ideal é fazer a captura do inseto e levar nos pontos de coleta. O que transmite a doença são as fezes do inseto. Se a pessoa esmaga o barbeiro com um chinelo, o local vai ficar contaminado, levando ao risco de infecção”, explica.

Ele destaca que a pessoa deve usar luvas ou vestir as mãos com sacolas plásticas para capturar o animal. Após isso, deve-se colocar o inseto em um recipiente ventilado, como um pote com furos, e levá-lo até um ponto de coleta.

“O barbeiro deve estar vivo para que o município faça a biópsia e identifique se ele tem ou não o agente infeccioso”, afirma Luiz Augusto. Ele explica que o registro é fundamental para que se tome medidas preventivas de controle da proliferação da doença.

Os pontos de coleta de barbeiros são todas as unidades básicas de saúde (UBS) e a Vigilância Ambiental, localizada no Centro de Referência Regional de Especialidades em Saúde (CRRES), antigo Cecap. Como são muitas as variações do triatomíneo, com pequenas diferenças no corpo do animal, a população deve ficar alerta a qualquer inseto que se pareça com o barbeiro. (Ascom)

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