Audiência Pública debateu violência entre estudantes
ÁGUA BOA – Aconteceu ontem a noite na Câmara de Vereadores, audiência pública que debateu o aumento da violência entre os estudantes da cidade. Nos últimos meses, várias brigas entre alunos foram filmadas e postadas nas redes sociais, aumentando a rixa entre eles. A ideia da audiência partiu do vereador Alan Apio e foi acatada pelos demais edis. A audiência foi conduzida pelo vice-presidente da Casa de Leis, Joaquim dos Anjos ‘Quincão’ da Paixão, na ausência do presidente.
Participaram do encontro, A defensora pública, Caroline Renee Pezzini Weit-kiewick, o presidente da OAB local, Paulo Diniz, membros do Conselho Tutelar, demais vereadores, representantes de clubes de serviço, igrejas, escolas, pais e estudantes, além das autoridades municipais. Foi informado no encontro que nos últimos 7 anos, foram registrados 3 suicídios de adolescentes em nossa cidade. Ente as duas escolas estaduais, a evasão escolar abrange 150 estudantes somente nesse ano. Os motivos da evasão escolar são desconhecidos.
Foi citado ainda que cerca de 120 adolescentes aguardam uma vaga para menor aprendiz no mercado de trabalho. Para isso, os empresários devem ser sensibilizados para a necessidade de abrir essas vagas de trabalho. Também foi apresentado esboço do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo dentro do Sinase – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
– Nos primeiros 5 meses do ano, o município registrou 44 atos infracionais praticados por menores. Entre eles, os casos mais graves são de 6 assaltos a mão armada praticados por menores e outros 6 casos de tráfico de entorpecentes envolvendo adolescentes. Os números são alarmantes, segundo os participantes do debate. Esses menores envolvidos em ocorrências policiais certamente são aqueles que saíram da escola e não são acompanhados pelos pais ou seus responsáveis. Isso está causando um grave problema social, uma vez que os adolescentes estão sendo encaminhados para a marginalidade.
- O presidente da OAB local afirmou que a sociedade precisa trabalhar em harmonia para resolver os problemas envolvendo os menores. Dr. Paulo Diniz observou que a violência crescente entre adolescente tem origem na família. Para ele, somente uma educação eficaz pode tirar os jovens das ruas, envolvendo-os em políticas públicas. Lembrou que os pais hoje em dia estão esquecendo de educar os filhos, uma vez que o pape, da escola é o ensino didático.
Já a defensora pública afirmou que os menores envolvidos em ocorrências policiais são reincidentes. Dra. Caroline Renee destacou que a estrutura familiar está desmoronando, uma vez que os pais não assumem mais o papel de cuidar e educar os filhos. Ela informou que 68% dos menores envolvidos em ocorrências, não cumprem as medidas socioeducativas impostas pela Vara da Infância e da Juventude da Comarca, já que os pais não participam da vida dos filhos.
– A coordenadora da Associação de Senhoras Rotarianas sugeriu durante o debate sobre os menores ontem à noite na Câmara, que um psicólogo esteja disponível nas escolas para atender aos casos envolvendo menores desajustados. Inez Trentin Zandoná fez um apelo para que a sociedade se una em torno do problema que afeta a todos. A professora citou que hoje em dia, os alunos estão muito agressivos em sala de aula, prejudicando até o trabalho dos professores. Durante a audiência, foi informado também que dos menores envolvidos na deliqüência, 53% vivem somente com a mãe. Outros 28% não conhecem os pais, e apenas 3% dos transgressores vivem somente com o pai.
- O presidente do Rotary Club e diretor da Rádio Interativa afirmou que o problema dos menores hoje é uma questão cultural, uma vez que a criança não escolhe em qual família nascer. Nelcindo Iappe disse que o estado hoje está errando no processo de ressocialização dos presos. Iappe disse que sua empresa hoje abriga dois menores aprendizes, mas jamais recebeu uma visita de assistente social ou qualquer fiscal, nem recebeu parabéns pela atitude. No entanto, o diretor do Rotary observou que se cada empresário fizesse sua parte, teríamos mais adolescentes encaminhados ao mercado do trabalho.
- O soldado Leopoldo, instrutor do Proerd lembra que desde o ano de 2.013, a Polícia Militar está desenvolvendo o Programa de Resistência às Drogas e à Violência no município. De lá para cá milhares de alunos já participaram das palestras educativas. Leopoldo convocou a sociedade a se engajar nos trabalhos da polícia, denunciando as transgressões dos menores. Daqui a pouco no Repórter Interativo da Rádio Intereativa, o vereador Alan Apio vai conceder entrevista para falar dos resultados da audiência pública de ontem. Será às 12hs 30min.