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Primeiro confronto entre posseiros e PRF/Força Nacional - Documentos provam não haver índios na área na década de 70

ALTO BOA VISTA - Logo na primeira investida para desocupação da área indígena em São Félix do Araguaia e Alto Boa Vista, nesta segunda à tarde, houve confronto entre moradores, que resistem, e homens da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal. O conflito se deu dentro da fazenda de Posto da Mata, a primeira que deve ser desobstruída. Cerca de 70 pessoas podem ter se envolvido nesse conflito.

Siua Missu Fotos: Jardel Patrício Arruda www.rdnews.com.br 

Neste momento, há muita confusão. Algumas pessoas já estão feridas. Os produtores, alguns residentes na região há mais de 3 décadas, já anunciaram que preferem morrer a saída do local. O clima segue sob tensão. Após negociações frustradas a fim de evitar derramamento de sangue na retirada das quase 7 mil famílias da região tida como pertencente aos índios da etnia Xavante, pessoas se encontram em estado de choque e temendo o pior. Segundo informações de terceiros, a fazenda é de propriedade de um líder da Associação dos Produtores de Suiá Missu (Aprosum), conhecido como Alemão. FONTE: WWW.RDNEWS.COM.BR

 Siua Missu Fotos: Jardel Patrício Arruda www.rdnews.com.br

Fotos: José Medeiros/ Fotos da Terra

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Documento garante que Cláudio Villas-Boas atestou que não haviam indíos aldeados em Suiá Missú nos anos 70.
Uma carta da multinacional AgipPetroli e duas certidões e vários mapas emitidos pela própria Funai são os documentos que os produtores do distrito Estrela do Araguaia (30 quilômetros de Alto Boa Vista) afirmam ser as provas cabais de que o território demarcado como terra indígena Marãiwatsédé nunca foi do povo Xavante. As certidões da Funai, uma de 1971 e outra de 1974, a primeira delas endossada pelo famoso indigenista Claúdio Villas-Bôas, um dos três irmãos Villas-Bôas, retratados no filme Xingu, afirmam que a área de conflito não possuía índios aldeiados, antigas aldeias ou cemitérios.
Esses documentos foram solicitados naquela época para que a Agropecuária Suiá-Misú pudesse se beneficiar das linhas de financiamento do já extinto projeto Sudam. As certidões foram expedidos pela 7ª delegacia Regional e o Deártamento Geral do Patrimônio Indígena. “Eis que após os estudos necessários e a localização da área de seu interesse não foi constatada a exitência de Reservas ou Aldeamentos Indígenas na referida área”, diz o documento de 1974, assinado pelo então presidente da Funai Ismath de Araujo Oliveira.
Com a carta da AgipPetroli eles rebatem as acusações de serem posseiros o grileiros. Neste documento, datado de 10 e maio de 1993, enviado de Roma para o então ministro da Justiça Maurício Correa, a multinacional afirma que só cede a área em questão através de venda ou de expropriação. No segundo caso, a empresa internacional deveria ser indenizada, o que nunca aconteceu. "No que se refere a alternativa relativa a cessão da área e questão pedida pelos Índio Xavantes, a AgipPetroli chama a atenção para o fato que referida cesão poderá efetuar-se só através de uma venda ou mediante um ato de expropriação do Governo Brasileiro”, diz trecho da carta.
Não somos invasores. Não tem invasão não, nos compramos tudo, temos títulos dessas terras”, disse a vereadora irmã Irene, moradora há 21 anos de Posto da Mata. Assim como ela falam outros produtores da região e também algumas faixas espalhadas pelo vilarejo. Eles se consideram alvos de um plano para pintar a imagem deles como grileiros, para assim justificar a permanência dos índios perante o Brasil e exterior.
Já os mapas, todos anexados no processo judicial, bem como no relatório confeccionado pela comissão externa de parlamentares que acompanha o caso, que já foram divulgados pela Folha do Estado, mostram que a própria Funai nega a existência de antigos cemitérios ou aldeias na área demarcada como Marãiwatsédé.
O presidente da Associação dos Produtores de Suiá-Misu (Aprosum), Renato Teodoro, se diz revoltado com o fato de tais provas serem ignoradas nos processos judiciais. Além desses documentos, ele cita toda titulação da área, que possui, inclusive, o registro Torrens, uma documento internacional de propriedade. “Nós mostramos tudo, mas ninguém quer ver”, lamenta.

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