​Pacientes renais crônicos mais uma vez podem ficar sem atendimento

BRASÍLIA - Mais uma vez a história se repete e cerca de 100.000 pacientes renais crônicos podem ficar sem tratamento por falta de recursos. O Ministério da Saúde não efetuou o pagamento da competência outubro/2014 da Terapia Renal Substitutiva ? TRS às clínicas de diálise que prestam serviço ao SUS. O pagamento que é feito aos gestores estaduais e municipais e repassado às clínicas prestadoras deveria ter sido liberado até o dia 30 de novembro/2014. 

O Fundo Nacional de Saúde - FNS informou que provavelmente não terá recursos para efetuar o pagamento da competência de outubro/2014. Os atrasos no pagamento e no repasse da Terapia Renal Substitutiva ? TRS são comuns em todo final de ano. 
As clínicas de maneira geral estão em insolvência financeira, trabalham com uma defasagem de 30% no valor da sessão de hemodiálise e há dois anos não recebem nenhum reajuste. E não têm mais recursos para pagar os fornecedores e continuar o atendimento dos pacientes. Caso o Ministério não libere o pagamento imediatamente milhares de vidas estarão em jogo. 
 A doença renal crônica é silenciosa e afeta milhares de pessoas em todo o país, que na sua maioria quando descobrem o problema já é tarde demais e precisam iniciar o tratamento de hemodiálise. No entanto, quando o problema é descoberto precocemente pode ser reversível, como foi o caso do Pelé (Edson Arantes do Nascimento), que foi internado no dia 24 de novembro/2014 no Hospital Israelita Albert Einstein com infecção urinária. Pelé foi atendido por uma excelente equipe médica e em um hospital de referência e já não precisa mais de hemodiálise. Mas infelizmente a maioria dos brasileiros não tem a mesma chance e dependem do SUS para obter um diagnóstico. No entanto, infelizmente, o SUS não está honrando com seus compromissos junto aos prestadores de serviços.
É impossível manter o funcionamento adequado sem o recebimento no prazo. Não há como pagar fornecedores, arcar com o ônus da folha de pagamento, 13º de salário  e manter em dia as obrigações com os impostos, despesas que praticamente dobram no final de ano.
A Associação Brasileira dos Centros de Diálise ? ABCDT já entrou em contato com o Ministério, enviou ofício ao Ministro solicitando que o pagamento seja efetuado imediatamente e que haja uma fiscalização dos gestores impedindo que ocorra um atraso maior desse pagamento para a salvaguarda da vida de milhares de pacientes. Até o momento a entidade não teve retorno do Ministério.

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